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A Crise da Obstetrícia em Portugal: Cirurgiões a Colaborar nas Urgências

13 de Setembro de 2024

A escassez de obstetras nas urgências hospitalares em Portugal tem levado a medidas extremas para garantir a continuidade dos serviços. Um novo plano de contingência, divulgado recentemente, prevê a integração de cirurgiões gerais nas equipas de obstetrícia, em situações de emergência.

Esta decisão, que tem gerado polémica no meio médico, surge como uma tentativa de colmatar as falhas resultantes da falta de profissionais especializados. De acordo com o plano, a presença física de um cirurgião geral será obrigatória em casos de cesariana urgente, sempre que não haja o número mínimo de obstetras disponíveis.

A medida, embora vista como necessária para garantir a assistência a grávidas em situações de emergência, levanta preocupações entre os profissionais de saúde. O presidente do Colégio de Cirurgia Geral da Ordem dos Médicos, Jorge Paulino Pereira, alerta para a responsabilidade acrescida que esta medida implica para os cirurgiões, uma vez que a obstetrícia não faz parte da sua área de especialização.

A falta de obstetras nas urgências é um problema crónico no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e tem levado ao encerramento de serviços em diversos hospitais do país. A Ordem dos Médicos tem defendido a necessidade de uma uniformização das regras para a organização das equipas de urgência de obstetrícia e ginecologia, de forma a garantir a qualidade e a segurança dos cuidados prestados às grávidas.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconhece a existência do problema e afirma ter sido enviada uma proposta às Unidades Locais de Saúde (ULS) para reajustar o número de obstetras por equipa, em função do número de partos. No entanto, o documento nunca foi tornado público.

A integração de cirurgiões nas equipas de obstetrícia é uma solução temporária e paliativa para um problema mais profundo: a falta de profissionais especializados. É urgente encontrar medidas estruturais para atrair e reter obstetras no SNS, garantindo assim a prestação de cuidados de qualidade às grávidas e aos seus bebés.

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