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Adesão massiva à vacinação contra a gripe entre os mais idosos

05 de Dezembro de 2024

A vacinação contra a gripe está a registar uma elevada adesão por parte da população com 85 ou mais anos, um grupo que, pela primeira vez, teve acesso gratuito à vacina de dose elevada nos centros de saúde. De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira, quatro em cada cinco pessoas desta faixa etária (79%) já foram vacinadas contra a gripe este ano.

Os números foram obtidos através do vacinómetro, uma iniciativa promovida pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF). Estes resultados indicam que Portugal está muito próximo de alcançar a meta de vacinação proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para as pessoas com 65 anos ou mais, fixada nos 75%, tendo já atingido os 72,8%.

Entre a população com 65 anos ou mais, os níveis de vacinação variam consoante a região. A taxa mais elevada foi registada no Algarve, com 81,8%, seguida da região Norte e da Área Metropolitana de Lisboa, ambas com 80,1%. Na Região Autónoma da Madeira, a cobertura é de 76%, enquanto no Centro é de 67%. No Alentejo, apenas 62,7% desta população foi vacinada, e na Região Autónoma dos Açores a percentagem é semelhante, de 62,5%.

A monitorização revela ainda que 71,3% das pessoas com doenças crónicas já se vacinaram contra a gripe. Entre os subgrupos analisados, destacam-se as pessoas com diabetes (73,4%), seguidas pelos doentes com patologias cardiovasculares (72,1%) e com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), com 72,2%.

A adesão à vacina também é significativa entre os portugueses com 60 ou mais anos de idade, dos quais 59% já foram vacinados. Deste grupo, a maioria (51%) seguiu a recomendação do médico, enquanto 31% decidiram vacinar-se por iniciativa própria, procurando estar protegidos.

Quando analisados os motivos que levam os vacinados a tomarem a decisão, a recomendação médica surge em primeiro lugar, representando 46,9% das justificações. A vontade de se proteger espontaneamente é mencionada por 21,9% dos inquiridos, enquanto 20,2% receberam a vacina no contexto de iniciativas promovidas pelo trabalho. Outros fatores incluem a consciência de pertencer a um grupo de risco (5,9%) e a receção de notificações do Serviço Nacional de Saúde (4,5%).

Entre os profissionais de saúde em contacto direto com doentes, quase metade (45%) já foi vacinada. No caso das grávidas, a taxa de cobertura é ainda mais elevada, atingindo os 64%, sendo que 70% destas mulheres indicaram ter seguido a recomendação do médico.

O pneumologista Filipe Froes, do Hospital Pulido Valente — Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, destacou que, em comparação com os dados da terceira vaga do vacinómetro do ano passado, que ocorreu mais tarde, o ritmo da vacinação este ano está mais acelerado. O especialista sublinhou ainda que Portugal está “muito perto” de alcançar a meta de 75% para as pessoas com mais de 65 anos, proposta pela OMS.

Entre os indivíduos que ainda não se vacinaram, uma parte significativa demonstra intenção de o fazer. No grupo com 85 ou mais anos, 52% afirmaram que ainda planeiam tomar a vacina, assim como 25,5% das pessoas com 65 anos ou mais e 24,2% dos portadores de doenças crónicas.

No caso dos profissionais de saúde, 22,7% dos que ainda não se vacinaram têm planos para o fazer durante a presente época gripal. Por outro lado, entre os cidadãos com idades entre os 60 e os 64 anos, 13% dos não vacinados também indicaram a intenção de se imunizarem. Contudo, o principal motivo apontado por quem opta por não tomar a vacina continua a ser a falta de hábito, mencionado por 51,2% dos inquiridos.

Relativamente à coadministração das vacinas contra a gripe e a covid-19, os dados mostram que a adesão aumentou ligeiramente em comparação com a vaga anterior, passando de 76,6% para 77,3% entre os grupos recomendados. O principal motivo para optar por ambas as vacinas simultaneamente continua a ser a intenção de estar protegido e a perceção de que as duas são importantes para a saúde.

Desde o seu lançamento em 2009, o vacinómetro tem sido uma ferramenta essencial para acompanhar, em tempo real, as taxas de cobertura vacinal em grupos prioritários, definidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Os dados apresentados nesta terceira vaga foram recolhidos entre os dias 23 e 28 de outubro.

A campanha sazonal de vacinação contra a gripe e a covid-19 arrancou a 20 de setembro e está a decorrer de forma simultânea em milhares de farmácias e nas unidades do SNS em todo o território nacional. Com a crescente adesão por parte da população-alvo, Portugal continua a aproximar-se dos objetivos traçados para a imunização dos grupos de risco, contribuindo para a proteção da saúde pública durante a época gripal.

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