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A Nutrição do Cérebro: O Papel do Cálcio e Magnésio

18 de Novembro de 2024

Um novo estudo, publicado na revista Nutrients, aprofundou a investigação sobre os fatores associados ao desempenho cognitivo em adultos mais velhos. Em linha com pesquisas anteriores, constatou-se que a idade, o índice de massa corporal (IMC) e a insuficiência cardíaca crónica estão relacionados com alterações nas capacidades cognitivas.

No entanto, a novidade deste estudo reside na descoberta de uma ligação entre níveis mais baixos de cálcio e magnésio no sangue e um desempenho cognitivo inferior em testes específicos.

À medida que envelhecemos, o nosso corpo sofre alterações naturais, incluindo o cérebro. O declínio cognitivo, ou seja, a deterioração gradual das capacidades mentais, é um fenómeno comum. Contudo, não é inevitável e muitas pessoas mantêm uma excelente capacidade mental até idades avançadas.

É importante distinguir entre declínio cognitivo, considerado uma parte normal do envelhecimento, e demência, uma doença neurodegenerativa. Embora a demência geralmente comece com um declínio cognitivo, nem todos os indivíduos com declínio cognitivo desenvolverão demência.

Estudos recentes têm-se focado na relação entre a deficiência de magnésio e cálcio e o desempenho cognitivo. Investigadores observaram que pessoas com uma ingestão mais elevada de magnésio tendem a apresentar melhores capacidades cognitivas na velhice.

No caso do cálcio, os resultados são mais divergentes. Algumas pesquisas sugerem que um maior consumo de cálcio pode reduzir o risco de demência, enquanto outras apontam para um possível aumento do risco em alguns grupos de idosos, especialmente quando o cálcio é obtido através de suplementos.

O estudo em questão adotou uma abordagem diferente das pesquisas anteriores. Em vez de se basear em questionários sobre a frequência alimentar, que podem ser sujeitos a vieses, os investigadores analisaram diretamente os níveis de cálcio e magnésio no sangue dos participantes.

Os resultados confirmaram a associação entre níveis mais baixos de cálcio e magnésio e um desempenho cognitivo inferior. Os participantes com níveis mais baixos destes minerais obtiveram pontuações mais baixas em testes como o Mini-Mental State Examination (MMSE) e o Clock-Drawing Test (CDT).

Surpreendentemente, os investigadores verificaram que a presença de níveis saudáveis de magnésio não compensava a deficiência de cálcio. Ou seja, indivíduos com níveis baixos de cálcio, mas com níveis normais de magnésio, também apresentaram um desempenho cognitivo inferior.

Especialistas recomendam que a obtenção de cálcio e magnésio seja feita através da alimentação, privilegiando alimentos como:

  • Cálcio: Leite, queijo, iogurte, vegetais de folha verde escura (brócolos, espinafre), tofu e cereais fortificados.
  • Magnésio: Sementes (abóbora, chia), leguminosas (feijão, lentilhas), grãos integrais, vegetais de folha verde escura e chocolate amargo.

Embora a nutrição seja fundamental, outros fatores também desempenham um papel importante na manutenção da saúde cognitiva, como:

  • Atividade física regular: Estimula o fluxo sanguíneo para o cérebro e promove o crescimento de novas células cerebrais.
  • Estimulação mental: Atividades como ler, fazer puzzles e aprender novas habilidades ajudam a manter o cérebro ativo.
  • Interação social: As relações sociais são importantes para a saúde mental e cognitiva.
  • Gestão do stress: O stress crónico pode prejudicar a saúde cerebral.
  • Sono de qualidade: O sono é essencial para a consolidação da memória e a reparação cerebral.

Este estudo reforça a importância de uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes para a saúde cerebral. No entanto, é fundamental ressaltar que a saúde cognitiva é influenciada por uma combinação de fatores, incluindo a genética, o estilo de vida e o ambiente.

Para promover a saúde do seu cérebro ao longo da vida, adote hábitos saudáveis, mantenha uma dieta equilibrada e consulte regularmente o seu médico.

 

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